Artigo: A necessidade de uma escolha

07Dez06

O micronacionalismo em língua portuguesa hoje se defronta com uma bifurcação – com a necessidade de uma escolha. Qual seria, portanto, esta questão ora posta frente ao sistema fonético lusófono?

Poderia ser dito, que tal escolha seria entre o antigo e novo, entre um paradigma tradicional e uma nova perspectiva de micronacionalismo. Cláudio de Castro uma vez disse, durante a última crise reuniã, que o micronacionalismo não teria mudado, nós – os agentes no microcosmos, é que mudamos –, pois já não seriamos mais, em sua maioria, garotos de 15 anos querendo uma forma de diversão online.

Vemos cá um descompasso. A sociedade micronacional evoluiu, considerando o grau de preparação técnica-intelectual de seus agentes. Por outra parte, seus modi operandi continuam, grosso modo, idênticos. O pouco, o ordinário, aquilo que satisfazia há oito anos, ainda satisfaz.

[…]

Como toda evolução, isso não significa que aquilo que é passado deve ir para a lata de lixo. Sempre existirão jovens de 15 anos que poderão evoluir partindo dos mesmos níveis que temos. A questão é dar oportunidades de evolução tanto aos novatos quanto aos mais experientes.

[…]”

Artigo meu, discute algo muito comentado porém pouco argumentado no micronacionalismo em lingua portuguesa: o que deve ser do micronacionalismo, já que nós – ou muitos de nós – estamos mais experientes e maduros? Como fazê-lo fugindo do positivismo excludente entre os bons [sérios] e ruins?

Para ler o artigo completo, clique aqui.



3 Responses to “Artigo: A necessidade de uma escolha”

  1. 1 McMillan Hunt

    No meu ver , realmente podemos estar numa transição. Muitos têm dito que os tempos atuais são negros. Ao mesmo tempo , entrevistei Cláudio de Castro faz alguns meses e ele me disse quando perguntei se concordava que é este o pior momento da Lusofonia:

    “Não concordo, não. Este momento é de OURO! É o momento em que todos os projectos mal feitos e plagiados, estão naufragando, e as poucas verdadeiras micronações estão muito bem, crescendo desenfreadamente, imersas em actividade produtiva. Já não era sem tempo de todo esse lixo ser varrido da face do micronacionalismo lusófono. Por isso disse que este é um momento de transição, é o momento em que a lagarta vira borboleta!”

    Nisto , vejo realmente que estamos num apocalipse que dará uma nova genesis , sim! O momento é ruim se observado momentâneamente mesmo , mas muito bom se ergue-se um pouco acima dos tempos ; este caos , esta destruição , esta ruína é sim muito necessária e benéfica à boa realização do futuro desta Comunidade.

    Também , nada garante que esta genesis ocorrerá , sempre há a dúvida da fatalidade , deste apocalipse destruir irremediavelmente a Lusofonia , mas pessoalmente , nos dias atuais , não vejo isso para o futuro , vejo sim uma alvorada!

    E sobre a mudança a ser feita no paradigma para que ocorra a transição destas eras , digo que é bem simples , resume-se a algo que já vem sendo muito batido por nós , e era um dos mottes do próprio movimento Avant-Garde e que foi a última frase da minha “Crítica…” ainda no final de 2004:

    “O micronacionalismo não é um hobby , é a vida.”

  2. 2 Lorde Murta-Ribeiro

    De fato, vejo que estamos diante de um período fraco culturalmente. Dissecando este termo, adoto o significado que acho mais adequado, o de Alfredo Bosi: “o conjunto das práticas, das técnicas, dos símbolos e dos valores que se devem transmitir às novas gerações para garantir a reprodução de um estado de coexistência social e consciência da identidade de sua comunidade”.

    Partindo deste conceito, estamos, de fato, em uma Idade Negra. Nada mais se produz, seja em símbolos, valores ou técnicas novas como meio, desde que Pasárgada foi fundada, em 2001.

    Mas como dito pelo imperador reunião, e refletido por McMillan Hunt, pode ser que esta época negra, seja realmente fase anterior de uma gênese. Pode ser que, da destruição de projetos fracos e sem conteúdo, abra-se espaço para que os genuínos se fortaleçam.

    Mas pode ser também – e com maior probabilidade – que tudo pereça se, mesmo os projetos genuínos, não contarem com esforço de suas lideranças intelectuais para retomarem a produção cultural; a renovação de técnicas, valores e símbolos.

  3. 3 Filipe Oliveira

    Acho que seria importante destacar um ponto, no texto:
    “Será necessário o delineamento de legislações mais complexas e completas, adequadas à nova realidade micronacional; uma nova postura de legisladores nas plenárias dos parlamentos; um bom grau de preparação técnica de chancelarias; sítios mais dinâmicos e funcionais, etc.”.

    Legislações mais completas? Sim. Complexas? Depende em que sentido. Não vejo razão para que se crie procedimentos judiciais mais demorados, sujeito a recursos, apenas para dizermos que temos tal complexidade. O Judiciário micronacional deve se nortear sempre pelos princípios da celeridade e economia processual.

    A escolha de quem seriam os melhores parlamentares tb passa pela confrontação de duas realidades: técnica e política. Nem sempre bons legisladores são bons parlamentares (no sentido de movimentarem a Casa, politicamente). Por exemplo: Raphael Garcia era tão bom legislador quanto político, mas as polêmicas que criava escondiam aquela primeira qualidade.


Deixe uma resposta para Filipe Oliveira Cancelar resposta